domingo, 5 de maio de 2013

Geração "Merthiolate que não arde"

Hoje eu vou fazer uma postagem de tiozão! Isso mesmo, vou fazer um texto resmungão.
Não sou de me apegar a nostalgias, até porque com 23 anos recém conquistados não me acho tão velho assim. Mas existem algumas características que vejo nos mais jovens que eu, que dão fundamentos para o que vou escrever. Vejo papos de garotos entre 12 até 18, e já vi até caras de 20 com essa atitude. E não entendo exatamente o porque de serem assim, eu nasci em um bairro que era perigoso, tive muitos amigos,  muitos hoje estão mortos, outros na cadeia, mas alguns estão estudando em outro país e estão super bem. Brincávamos muito e o tempo todo, eramos todos juntos na rua, no intervalo da escola, na saída da aula. Alguns ainda estão comigo, outros fazem falta, e alguns eu infelizmente perdi contato e ainda existem os que eu nem lembro direito mais. Eu particularmente nunca tive muita frescura, nem tanto pelo fato de meus pais serem humildes e nunca tivemos uma condição que nos permitisse ter essas tais frescuras, mas sempre tive o essencial e básico, nada me faltou. Hoje vejo moleques que tem tudo, reclamando da vida, jogando aos quatro ventos a sua revolta contra tudo e contra todos, espalhando no ar o seu ódio mortal pelo mundo. Eu uso um nome para esse tipo de adolescente, eu costumo chamar de jovens "Disneylândia". São essa molecada que anda de preto para mostrar a sua revolta com o universo enquanto ouve One Direction no Iphone, essas menininhas que se acham as princesas do mundo reclamando que a mesada nem deu para tomar um café da manhã no McDonald's. E são esses jovens Disneylândia que formam o que eu classifico como "Geração Merthiolate que não arde". São moleques que quando criança foram superprotegidos, aqueles que até respirar perto deles é considerado bullying. Tenho alguns conselhos para vocês...Se divirtam, saiam um pouco dos eletrônicos, escalem um pé de acerola, roubem manga, joguem futebol na rua com golzinhos de chinelo. Para as meninas: Não sejam parte desse conjunto de meninas que tem tudo que é necessário para ser feliz, e mesmo assim não dão valor ao que os pais fazem por elas. Para os meninos: Não seja um desses moleques sem educação e esnobes que pagam de malvados e revoltados, mas quando entram em casa abrem a geladeira cheia de danoninho e vão para o quarto jogar Xbox. Estou escrevendo isso tudo não como um invejoso, mas como um que não teve o que vocês tem. Mas que teve pais esforçados e carinhosos que lutaram com todas as forças para me fazer feliz, assim como o seus provavelmente também fazem. Apenas escutem alguém que já passou por todos os números até o 23 e queria aconselhar esses garotos e garotas que deem valor nos pais que tem, respeitem os mais velhos, busquem a humildade, sejam gratos sempre pela condição que tem e pelo amor que recebem. E saibam crescer, e ser boas pessoas com valores e princípios, e não um bando de mimados rebeldes criados a Ovomaltine e sucrilhos froot loops.

Um comentário:

  1. Não com muito orgulho, digo que me enquadro na faixa etária da "geração merthiolate que não arde", e isso me faz observar de perto, só olhando ao redor, essa coisa toda de jovens que depositam valor em coisas que não tem tanto valor assim, e só são capazes de enxergar drama e fazer "teenzeragem", em sentidos da vida que poderiam ser tão mais simples, e ainda por cima usando a "adolescência" como alvará pra fazer/dizer merda a todo momento. Tudo bem que pode até ser uma fase da vida com certos conflitos naturais, mas é como se você estivesse moldando sua personalidade para a fase adulta. Pior que isso, só aqueles que cronologicamente não estão mais na adolescência, mas mentalmente não saem dela. Pode parecer hipocrisia, eu, com 18 anos dizer tudo isso, mas sinceramente, quero acreditar que ainda deve haver jovens que não tenham sido tomados totalmente pela futilidade, e que possam descontar toda fúria da rebeldia e disposição da juventude em atitudes que possam realmente acrescentar algo de bom no mundo.

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